ANÁLISE PSIQUIÁTRICA DA “REFORMA POLÍTICA” À BRASILEIRA
- Marcelo Caixeta
- 2 de abr. de 2015
- 3 min de leitura

Os setores de “esquerda”, o PT, o Governo, a Igreja, etc, querem que as campanhas políticas sejam pagas com dinheiro público, evitando-se assim que as empresas e empresários influenciem o Governo, “corrompam o Governo” ( como estão, as campanhas políticas muito caras “exigem” dinheiro de empreiteras ). Os esquerdistas, no entanto, só não explicam como é que sua “reforma política” irá impedir que o Governo corrompa os empresários... Isto é apenas um dos problemas, o outro é mais complicado. Se os empresários não podem influir no Governo, quem pode ? Só os “movimentos sociais” ? Só a “pobreza” ? Só os “coitadinhos” ? Só os bolsa-cota-isso-e-aquilo ? Só os ressentidos/ivejosos com o sucesso/riqueza dos outros ? Como seria um país dirigido pelos “coitadinhos” ? Renda igual ( e baixa ) para todos, à la Cuba ? Desabastecimento e precariedade comercial/industrial/liberal à la Venezuela ? Ataque ressentido e invejoso aos que querem trabalhar mais, estudar mais, produzir mais ( e , consequentemente, ganhar mais ) ? E aí ? Ficamos num impasse ? Qual das alternativas abaixo : 1) Empresários em conúbio com a alta cúpula corrompida dos Governos continuarão nos sugando ? 2) Morte à iniciativa privada, morte à criatividade, todos iguais e pobres ? . Parece algo insolúvel. Só que não : só é insolúvel para esta estrutura política podre que aí está, uma estrutura que não quer resolver problema nenhum. Seria muitíssimo fácil resolver-se, se houvesse de fato vontade : a) aumento da participação de toda Sociedade Civil na vida pública e consequente diminuição do Estado na mesma ( coisa que TODO político brasileiro, independentemente de partido não quer ) . b) transparência total nas relações entre empresas, indivíduos e Estado ( coisa que grande parte da classe produtiva não quer ). A corrupção mostruosa só existe porque o Estado brasileiro tem um tamanho monstruoso, é um buraco negro que engole praticamente toda a produção e criatividade do país. Nisso ninguém fala em reforma, nem os políticos do PSDB, sendo que esta seria a “mãe-de-todas-as-reformas”. Dizem que o Estado tem de ter este “tamanho monstruoso” mesmo para proteger os coitadinhos contra a exploração dos “porcos capitalistas”. É assim que se justifica o “mais Estado” no mundo todo. De fato, para 4 “porcos capitalistas exploradores” há outros seis capitalistas produtivos, aqueles que, com sua iniciativa criam trabalho, melhorias, criam empregos, inovam. Eu, modéstia à parte, me coloco entre estes, apesar de ser um humilde diretor de hospital, hospital mais humilde ainda. Mas todo Estado tem de passar a imagem que todo “capitalista, ou seja, todo adepto da iniciativa privada, é um porco”, é isto que justifica sua existência. No Brasil o silencio da camada produtiva da população vem sendo comprado, por séculos e séculos, através de cargos públicos. Toda nossa classe média é concurseira; quase toda a classe rica é também dependente das “rendas do Estado”. Isto sempre deu certo até o PT abrir a “Caixa de Pandora” : irrigou os pobres com o dinheiro do Estado. Agora eles aprenderam o caminho e querem mais e mais; e o Estado não está tendo dinheiro para bancar a “classe-média-funcionária-pública” , a classe-rica-alta-funcionária-pública” e os “coitadinhos-bolsa-cota-isso-e-aquilo”. Solução : fincar mais a faca no pulmão – impostos e arrecadação – de quem produz. Resultado : depressão da economia, pois os “produtivos” estão sumindo, estão ficando só os “chupins”, sejam eles os “coitadinhos”, sejam eles os “funcionários públicos”. Na minha área hospitalar, por exemplo, só temos os “coitadinhos” e os “que encaminham-os-coitadinhos” : quem “trabalha-para-resolver-os-encaminhamentos-e-os-problemas-dos-coitadinhos”, ou seja, quem bota a mão na massa mesmo, este está asfixiado, desaparecendo sob o peso de ambos, do “coitadismo” e do “estatismo” ( só nesta área hospitalar o Brasil perde uma média de 15 leitos por dia ). ........................ Marcelo Caixeta, médico psiquiatra, escreve às terças, sextas, domingos, no Diário da Manhã, Seção Opinião Pública , acesso grátis em DM.com.br ).
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